A proposta apresentada assenta no conhecimento empírico, projetado na construção de um dispositivo operacional regional moderno, eficiente e eficaz, adaptado e capacitado para responder aos mais imponderáveis desafios de socorro e emergência deste novo mundo em constante mudança. O mesmo nasce de um rigoroso diagnóstico efetuado aos Corpos de Bombeiros da RAM, às suas necessidades operacionais, às necessidades de reequipamento e à adequação dos seus meios. O arquipélago da Madeira possui uma orografia bastante acidentada e montanhosa. Dadas as características físicas e o histórico de ocorrências, em particular, os fenómenos naturais extremos, é um território de grande suscetibilidade aos perigos, tonando-se indispensável uma resposta adequada aos incidentes de escala local e regional. É, portanto, a evolução e o dinamismo das novas realidades, ondes os riscos naturais e tecnológicos registam uma incidência cíclica e num contexto de estrutural mutação do mundo moderno, quer no seu enquadramento ambiental, quer no contexto económico, que impulsiona os responsáveis institucionais das áreas do socorro e da emergência à definição de um plano de aquisição e de reequipamento/substituição de equipamentos nos Corpos de Bombeiros que otimize a eficácia e a eficiência do dispositivo de socorro e emergência da RAM. Coube ao Governo Regional da Madeira e às Câmaras Municipais, durante as últimas décadas, os imprescindíveis investimentos à operacionalização de um dispositivo regional de socorro e emergência eficiente e eficaz que garantisse a prontidão e a atuação profissional de excelência que caracteriza, hoje, os bombeiros da Madeira. O posicionamento estratégico de quartéis de bombeiros existentes na RAM, para estarem o mais próximo das populações e das áreas de risco, com especial atenção para as diferentes realidades em termos geográficos de especificidade dos riscos dos vários concelhos, a aposta na aquisição e distribuição regional de equipamentos e veículos das mais variadas áreas de atuação (emergência pré-hospitalar, incêndios rurais, incêndios urbanos, desencarceramento, entre outros...) aliada à vertente formativa, potenciadora da melhoria gradual do desempenho nas várias missões, demostram um conhecimento atento da realidade do risco por parte dos nossos governantes. Tais preponderantes são essenciais à manutenção dos elevados referenciais do socorro, reconhecidos internacionalmente, ao mesmo tempo que, impulsiona a reputação do destino Madeira como um centro turístico seguro. Pelo supracitado e, tendo em conta o diagnóstico realizado, propõe-se a aquisição dos equipamentos e veículos, abaixo referenciados, essenciais ao cabal cumprimento da missão dos Corpos de Bombeiros da RAM. A presente anteproposta identifica a área de atuação de resgate em montanha como aquela que necessita de uma atenção redobrada e projeta como objetivo a aquisição de veículos todo-o-terreno de resgate em montanha equipado com maca de transporte, comunicações e demais equipamentos de proteção individual e de resgate para vários corpos de bombeiros (Corpos de Bombeiros da Calheta, S. Vicente e Porto Moniz, Ribeira Brava e Ponta do Sol, Machico e Bombeiros Voluntários Madeirenses), imprescindíveis à prontidão e à melhoria das condições e da qualidade do serviço prestado à vítima e dos requisitos essenciais de operacionalidade, segurança, proteção e integridade dos bombeiros afetos a esta tipologia de serviço. Pela sua natureza e âmbito geográfico de intervenção, e tendo em conta o crescente índice de utilização dos percursos pedestres/levadas, fruto do crescimento turístico que se tem revelado na Região Autónoma da Madeira (RAM), importa dar uma resposta operacional mais rápida às solicitações de socorro cada vez mais frequentes. Estima-se que existam mais de 235 km de percursos recomendados (PR), em toda a RAM ao que se acrescenta as largas centenas de kms de percursos pedestres e de levadas, que embora não obtenham a classificação de percursos recomendados, apresentam uma presença antrópica elevada. Tal extensão de percursos, associada à crescente presença de turistas, que se calcula em largas centenas diariamente, potencializa a necessidade e a maior frequência de intervenções de resgate. Cabe às instituições que operam neste domínio, a criação de instrumentos e a obtenção de ferramentas operacionais que as capacitem para a prontidão e profissionalismo do socorro prestado. Por tal, é de importância extrema a obtenção dos referidos veículos todo-o-terreno, que contemple em si a valência do transporte dos bombeiros, dos equipamentos e acima de tudo, das vítimas. A este respeito convém referenciar que os acessos das equipas de resgate em montanha aos acidentados, na maioria dos percursos, fazem-se por estradas florestais de sinuosidade imensa, o que impossibilita o empenho de uma ambulância. Pala além dos veículos de resgate, estão previstos, nesta anteproposta, a aquisição de diversos equipamentos direcionados às várias áreas de atuação e que permitem melhorar a resposta operacional. Existe ainda necessidade de veículos de serviço gerais — VOPE (Veículo para Operações Especiais ou de apoio) e VTTP (Veículo de Transporte Tático de Pessoal). O VOPE, destina-se ao apoio em missões de resgate e ao transporte de animais, e ajuda a resolver a lacuna existente na prestação de socorro eficiente nesta tipologia de missões, apetrechando o Corpo de Bombeiros de Câmara de Lobos com equipamento e meios adequados, na salvaguarda do bem-estar animal. O veículo VTTP destina-se ao transporte de pessoal operacional com o seu equipamento individual de e para o teatro de operações, como também em atividades afeto a escola de infantes e cadetes e quadro ativo, nomeadamente no transporte de bombeiros para formação fora do concelho. No concelho do Funchal, as ambulâncias e outros veículos de socorro percorrem poucos quilómetros, mas estão condicionados pela falta de caraterísticas de binário dos motores, para fazer face à acentuada orografia do concelho. Além do supracitado será, ainda, objeto desta anteproposta a aquisição de meios e equipamentos diversos direcionados às áreas da comunicação, incêndios rurais e urbanos.